sábado, dezembro 10, 2011

Nunca transei tanto!!!




Olá!!

Antes que achem que eu "traí o movimento" e lancei por terra todos meus argumentos sobre "amor verdadeiro”, "pessoa certa" e virei um depravado ninfomaníaco, devo avisar que o titulo deste artigo não diz respeito a algo que eu tenha feito. Bem, até poderia ser usado para se referir a mim, mas com certeza, apenas como uma forma de ironizar minha atual situação sexual.
...

Fazer o que?

Para ser mais especifico, este titulo remete uma conversa que eu tive com uma colega, uma pessoa que infelizmente tive a oportunidade de acompanhar a decadência, principalmente no que se diz respeito a questões morais. Sendo assim, é sobre questões morais que irei escrever hoje.

Neste artigo, tentarei, junto com vocês, chegar a uma resolução saudável sobre os limites entre: moralidade, sexualidade e valores individuais.

Então? Vamos?!

Bem, pra começar, devo dizer que eu sempre fui um tanto quanto antiquado quanto a questões que envolvem sexualidade. Sempre torci o nariz para aqueles moderninhos que fazem de seus corpos verdadeiros parques de diversões. Aqueles que acham normal, por exemplo: se envolverem sexualmente com parceiros diferentes com muita frequência, principalmente, aqueles que são comprometidos e traem seus parceiros nesse processo.

Eu costumo ficar meio enjoado quando alguns dos meus amigos, aqueles mais danadinhos, me confidenciam suas historinhas de traição. Geralmente, eles fazem louvor a sua masculinidade, dizendo que fizeram isso e aquilo outro, quando suas namoradas nem imaginam o que acontece.

AVISO: Meninas não acreditem nos homens, pelo que vi até hoje, nenhum, nenhum mesmo, fala a verdade. Isso é fato!

Mas voltemos ao ponto.

Quando eu penso mais profundamente sobre moralismo sexual, eu tento chegar a um ponto onde os meus preconceitos não distorçam a “razão da questão”. Eu me pergunto se é certo julgar alguém por ter uma vida sexual agitada. Às vezes sou especialmente conservador quando analiso as mulheres, pelas quais, desenvolvi uma desconfiança mais ou menos justificável. Mas esse é outro assunto.

A questão é que: acho muito tênue a linha que divide valores individuais da intransigência. É realmente justo julgar alguém por sua conduta sexual?

Quando valores pessoais passam a cegar nossa razão, é sinal de que nossa capacidade de julgamento está de alguma forma comprometida. E é a partir daqui, que convido vocês a analisarmos esse contexto mais profundamente.

Mas antes, vamos a mais uma historinha real da vida cotidiana.

Alguns dias atrás, eu conversava com uma colega de trabalho na hora do intervalo entre as minhas aulas. Depois de algum tempo, começamos a conversar sobre viagens, eventos e coisas deste tipo. Ela acabara de voltar de um evento sobre História, que por acaso é a disciplina que eu curso na faculdade, e na qual ela é formada. Ela me dizia que a viagem foi ótima, que conheceu várias pessoas interessantes e me recomendou a fazer o mesmo. Detalhando um pouco mais suas experiências, ela começou a dizer coisas que me deixaram bastante surpreso, principalmente, porque até onde eu sabia, se tratava de uma pessoa pacata, da qual ninguém poderia esperar qualquer tipo de imprevisibilidade. Bem, resumindo, ela me disse que experimentou drogas e que teve várias relações sexuais, inclusive, com pessoas do mesmo sexo.


Bem... Vamos lá. Não é que eu ache que isso seja algo, digamos assim... Absurdo. Tirando a parte das drogas, que sou radicalmente contra, não sou contra o homossexualismo, apesar de ser hetero, mas juro que não esperava tal relato de uma pessoa, que até então, se mostrava extremamente reservada.

- Ela ainda disse coisas do tipo:
“Nunca transei tanto, era saindo de uma barraca e entrando na outra”.

- E ainda:
“Eu não teria coragem de fazer isso de novo, mas não me arrependo”.

Acho muito estranho quando alguém me diz esse tipo de coisa. Enfim, não é uma coisa legal pra se contar. Não é o tipo de coisa que devemos sair expondo com todo orgulho por aí.

Sei lá, devem haver pessoas que acham isso super normal, mas eu fico com náuseas diante deste tipo de relato.

Usei esse exemplo real, apenas para demonstrar o quanto assuntos que envolvem particularidades sexuais e conceitos sobre valores individuais - ou a ausência destes - podem nos fazer mudar de opinião a respeito alguém.

Meus valores individuais condenam comportamentos que possam ser definidos como promiscuidade. Não tem absolutamente nada a ver com o fato dela ter transado com mulheres ou homens, mas sim: com a situação, o ambiente e a quantidade.

Isso me faz pensar: até que ponto transformamos valores individuais em intransigência? Por tantos anos lutamos por liberdades, direitos de se expressar livremente; de agir conforme nossas vontades, desde que esta não atinja o bem-estar do outro. E agora nos mostramos conservadores dizendo que isto é certo e aquilo é errado. Isto pode e aquilo não.

Acredito que a postura que normalmente adotamos é algo do tipo:
“Bem não sei se isso é certo ou não, mas não quero isso pra mim”.

Pelo menos é assim que eu penso, mas ao mesmo tempo, não consigo me desfazer do nojo e do julgamento exacerbado que empreendo quando me deparo com pessoas que levam uma vida sexualmente leviana.

Admiro muito aqueles que preservam seu corpo, seu caráter, seu valores. Aqueles que primam pela qualidade em detrimento da quantidade. Mas acho que não devo julgar tanto aqueles que não são assim.

Eu imagino que com o tempo as barreiras que envolvem as questões do moralismo sexual se tornarão cada vez mais frágeis, e que, muito do que julgamos hoje, se tornará irrelevante na próxima geração.

A promiscuidade é uma definição dura quando dirigida a alguém. Que subtrai o valor de quem a recebe, mas acho cada vez mais difícil estabelecer um parâmetro do que é promiscuidade, do que torna as pessoas promiscuas. Será quantidade de relações sexuais? Atitudes sexuais especificas? Situações ou ambientes onde praticamos sexo? Enfim, enquanto isto não fica claro, tentarei não olhar tão torto para as “periguetes” da vida. Pois talvez, apenas talvez, dentro de nós não resida algo verdadeiramente mais puro do que o que julgamos aqui fora.

Eu imagino que todos nós temos nossos desejos sexuais irreveláveis. Aqueles que mantemos ocultos dentro de nossa consciência. Aqueles que preservamos para transparecermos mais “puros”. Será que somos realmente virtuosos? Ou apenas encobrimos nossos desejos para não sermos julgados pela sociedade?

Isso me leva a pensar que: querer fazer, não é tão comprometedor quanto fazer?

Será que aquelas pessoas despreocupadas, que fazem o que querem, ao invés de apenas desejarem, são menos virtuosas que nós?

Enfim, me perdoem por tantas perguntas. Irei parar de dar voltas e expor minha resolução sobre isto tudo!

Bem, pra começar, é evidente que quando o assunto é sexo, a mulher é muito mais oprimida por sua postura e atitudes do que o homem.

Ao longo da história, pode-se verificar que varias civilizações se mostraram sexualmente mais abertas do que a nossa sociedade contemporânea. Os antigos egípcios já praticavam cerimonias onde o sexo era praticado de forma natural em grandes salões com inúmeros indivíduos. Os gregos e romanos, ao que se sabe, encaravam o homossexualismo de forma muito mais natural do que encaramos hoje. E o que falar dos hindus? Eles simplesmente nos legaram o Kama sutra. Nossa sociedade, apesar de receber o estereótipo de moderninha, se revela majoritariamente conservadora, graças uma ampla influencia cristã que impõe uma doutrina rígida quanto as questões sexuais. Sendo assim, pode-se estabelecer uma relação entre a religião e a nossa postura diante do sexo.

Em muitas culturas marcadas pela forte presença da religião como agente regulador das questões morais que envolvem a sociedade, apenas a mulher é vitima de opressão quando desafia a normas acerca da sexualidade imposta por sua cultura.

Isso revela uma característica marcante sobre as religiões, todas, absolutamente todas, são machistas. E em muito, isso se deve ao patriarcalismo que regia as sociedades no processo surgimento das religiões. Logo, as normas religiosas, dentre outras finalidades, tinham o papel de assegurar o homem como figura dominante. E a mulher, era designada a submissão e a opressão da sociedade.

Uma forma bastante clara de exemplificar isto: é o livro de Gênesis, do velho testamento dobíblico, onde a estória~história de Adão e Eva, que contamos orgulhosamente para os nossos filhos é uma das formas mais severas de machismo já relatadas pela história da humanidade.

Aí você me diz:
“A cara, deixa de ser mané. Todo mundo sabe que a história de Adão e Eva é uma metáfora...”

É engraçado como tudo que é embaraçoso de se explicar na bíblia automaticamente se torna metáfora.

Então, que tal o novo testamento? O que vocês acham disso mulheres?


I Timóteo 2:11 - A mulher aprenda em silêncio, com toda a submissão.


I Timóteo 2:12 - E não permito que a mulher ensine, nem exerça autoridade de homem; esteja, porém, em silêncio."

I Coríntios 11:7 - Porque, na verdade, o homem não deve cobrir a cabeça, por ser ele imagem e glória de Deus, mas a mulher é glória do homem.

I Coríntios 11:9 - Porque também o homem não foi criado por causa da mulher, e sim a mulher, por causa do homem."


Obs: Os trechos acima foram muito bem esclarecidos por um leitor, o Adriano Alves, contudo os mantenho afim de possibilitar aos leitores sua própria análise. Recomendo que leiam os comentários e vejam o posicionamento daquele que foi citado.
Não é meu objetivo contestar a religiosidade de ninguém. Por favor, não me interpretem desta forma. Desejo apenas expor a influencia que o tradicionalismo religioso, pode, desempenhar na formação do caráter de uma sociedade. Como de nossa, onde alguns aspectos do cristianismo, como o patriarcalismo, colaborou para a formação de uma sociedade demasiadamente machista.

Bom, deu pra perceber com esses exemplos, que se você não quer ser vitima de opressão sexual, primeiro, não seja mulher.

Foda né?

Sem querer ser muito técnico - afinal não é esse o objetivo do meu blogue - é extremante difícil dissociar: orientação religiosa, da conduta sexual. A verdade é que nos ensinam a sermos certinhos desde pequenos. Aprendemos a nos resguardar e a nos tornarmos pessoas de bem. Pessoas que casam antes de transar e não andam se exibindo imoralmente por aí.

O problema é que, na maioria das vezes, essa pressão em torno do moralismo sexual é dirigido apenas as mulheres.

Essa obstinação pela pureza imposta pelas “famílias de bem”, acaba nos tornando fingidores. Nos tornamos pessoas que odeiam estar na boca do povo, mas adoramos fazer o que nos faz cair nela.

A opressão da sociedade frente às pessoas que podem ser definidas como promíscuas, possui uma natureza dúbia. De um lado, oprimimos todos que apontamos como vulgares ou promíscuos. Do outro, nos vemos em uma situação onde faríamos muito do que julgamos se não fossemos julgados.

Não quero dizer com isso, que devemos "soltar a franga" e sair comendo ou dando a todo mundo despreocupadamente. Mas sim, que devemos ponderar sobre o motivos que nos levam ao julgamento e ao preconceito, o que implica em refletir sobre: porque oprimimos aqueles nos quais em suas situações poderemos nos encontrar um dia? Sejam sábios, reconheçam suas limitações e preconceitos. Isto por si só já ajuda muito.

Bem, é isso. Obviamente não fui ao fundo da questão, mas também nem era esse o proposito, então gostaria que vocês expressassem suas opiniões, enriquecido o texto e me ajudando a articular melhor a minha visão sobre o tema. Pra isso basta apenas comentar.

Cheers!!

domingo, outubro 16, 2011

Novos amores e a violência em mim




Olá pessoal. Estou de volta!

Já faz algum tempo que não escrevo, e em parte isso se deve a falta de inspiração, embora em sua maior parte seja por preguiça mesmo.

Mas tudo bem. Por bem ou por mal, estou de volta.

Bem, alguns acontecimentos recentes me subsidiaram com a carga dramática necessária para voltar aqui, a esse refugio. Então, gostaria de escrever um pouco sobre questões corriqueiras, que envolvem, desde paixões, até mesmo a violência.

Bom, para começar porque não "falarmos" um pouco sobre namoro? Seria bacana não?

Então comecemos...

Então, recentemente o diabólico cupido voltou a atormentar minha vida. É... O mesmo maldito que me fez ficar de quatro, prostrado e indefeso como um camundongo nas presas de uma... Vi... Deixa pra lá...

Hun.. Hun.....

Mas não, não estou apaixonado. Hoje em dia estou muito mais cuidadoso do que algum tempo atrás. Mas é fato que tenho andado encantado com a presença de uma menina. Uma pessoa que aparentemente possuí várias qualidades, das quais, eu considero fundamentais. Bem, isso por si só não diz muito agora, mas iremos ver o que o futuro me reserva.

QUE SEJA ALGO BOM! PRA VARIAR...

Queria escrever um pouco sobre isso porque acho curioso a forma com que saímos de uma situação extremante depreciativa, para um momento de novos horizontes. Também, por perceber na prática que superação é possível, e o melhor, essa, nos deixa indubitavelmente mais fortes.

Embora eu deteste ter que passar por situações adversas para ter que amadurecer em algum sentido, confesso, que dessa vez, essa aprendizagem se fez necessária. Sobre tudo, aprendi a nunca por minha felicidade nas mãos de outras pessoas. Isso eu tive que sentir na pele.

Mas agora, nesse "novo momento", me vejo diante de outras questões, como por exemplo: "Será que sou capaz de fazer alguém feliz?"

Sei que isso pode soar demasiado, não sei... Vamos dizer... Meio pre-adolescente, mas no meu caso, infelizmente é uma questão que se faz inconvenientemente verdadeira.

Será que eu tenho algo realmente significante para oferecer a outra pessoa? Bem as respostas até agora não tem sido muito animadoras, mas espero sinceramente ser percebido e aceito. Pelos meus defeitos - que sem duvidas são muitos - e por minhas qualidades - que definitivamente são muito poucas - .


...
...
...


Daí podemos migrar para o segundo ponto.


A VIOLÊNCIA EM MIM...


Mas pra isso, primeiro, terei que contar-lhes uma historinha. É... Mais uma...

Vamos lá. Não é tão ruim assim...

Sexta-feira 3 de setembro, eu estava na faculdade, quando um amigo me chama para dar uma volta pelos corredores. Então passávamos próximos a cantina, aí resolvi aproveita é tomar um pouco de água. Quando me inclinei próximo ao bebedouro, um cara chega subitamente aciona a torneira e, aparentemente, sem querer, joga água contra meu rosto. Ele não percebe, bebe água e saí. Eu fiquei prostrado com o rosto todo molhado, olhei para meu amigo e disse - Legal, veja o que eu ganhei - eu começo a rir e comento com esse meu amigo - O cara nem pediu desculpas, parece que é Leso - (equivalente a tonto). Eu não havia notado mas um amigo desse cara que me molhou, estava tomando água no mesmo bebedouro do incidente, e ele escuta meu comentário. Daí vocês devem poder imaginar o resto...

Saindo de lá, fui me sentar em um dos bancos do corredor principal da faculdade, onde geralmente as pessoas se reúnem. Pouco tempo depois aparece o cara que me molhou, e mais dois amigos, que vieram tirar satisfações. O rapaz disse que não havia me visto e pediu desculpas, o que eu achei bacana. Então eu disse que estava tudo bem e que não passava de um mal entendido. Mas me parece que para amigo dele isso não era o suficiente. Ele começou a dizer coisas bastante ameaçadoras, coisas que certamente não faziam o menor sentido naquela situação.

Coisas do tipo "Você sabe quem ele é!?"; "Sabe de quem ele é filho?!"; Ninguém mexe com ele!"; "Pra que você quer saber meu nome!? Vai fazer alguma coisa?!" Isso enquanto esbravejava fazendo com que todos que estivessem em volta olhassem.

Imagino que meu corpo magro e meu temperamento passivo o encorajaram a tomar esse tipo de atitude, enfim...

Confesso que fiquei bastante decepcionado, pois eu já me considero meio antissocial e esse tipo de situação, como vocês podem facilmente convir, não ajuda em nada a superar isso. Eu realmente fiquei vários minutos sentado naquele banco pensando sobre o ocorrido e imaginando a bestialidade daquela criatura. Que creio eu, pensava estar fazendo algo digno como: "proteger a honra de seu amigo".

Decepção é palavra mais recorrente quando penso sobre esse tipo de situação. Decepção por saber que após tanto tempo de uma sociedade dita civilizada, ainda nos redemos as nossas inclinações mais primitivas.

A questão começa a ficar um pouco complexa quando eu imagino qual seria a reação de outra pessoa em meu lugar. Provavelmente esse pequeno evento culminaria em uma briga ou talvez em algo pior. É triste perceber que a vida humana vale tão pouco. É muito triste perceber nossa selvageria diante de causas tão minusculas. Seja em uma briga de transito, balada, ou na escola, o orgulho nos põe firmes nos pedestais da violência.

O engraçado é que um dia antes desse incidente eu conversava com um amigo, exatamente a respeito disso. Eu dizia a ele que não saberia como reagir diante de uma situação de violencia gratuita. É bastante complicado tentar prever nossa reação diante de situações como esta. E eu confesso algo que é triste pra mim, eu senti um desejo imenso de machucar a pessoa que me ameaçou, e o fiz, várias e várias vezes em minha imaginação.

Me avaliando de maneira imparcial, não posso dizer que sou muito melhor do que as pessoas que foram agressivas comigo. O que posso afirmar - e nesse ponto espero que vocês concordem comigo - é que, por mais resolutos que possamos parecer, não sabemos verdadeiramente do que somos capazes até nos depararmos com situações desse tipo. Podemos não ser tão passivos quanto obstinamos. Podemos inclusive, sermos estupidamente encorajáveis a violência. O que é uma pena.

Por hora é isso, até breve...

quarta-feira, julho 20, 2011

Aprender a deixar ir


Nessa vida, eu tenho procurado por razões.
Tenho procurado formas de encobrir sentimentos recorrentes.
Porque?!
Como responder questões que tenho aqui dentro?!
As respostas que eu tenho encontrado, ainda não são o suficiente pra mim.

É tempo de buscarmos por mais.
É tempo de buscarmos por amor.
É tempo de realizar o que queremos pois, esse é o tempo que temos...

Agora que eu tenho reunidas algumas das respostas.
Agora que eu aprendi a realizar, também aprendi a deixar ir.
Minha busca chegou ao fim, ou apenas começou?

É tempo de buscarmos por algo.
É tempo de buscarmos por alguém.
É tempo de renunciar o que queremos pois, esse é o tempo que temos.

D. Benner

sábado, julho 16, 2011

Não vejo, não ouço, não falo e não me importo!

Olá, tudo bem?

“Fico me perguntando se alguém realmente se importa com isso”

Não sei ao certo se desejo que vocês estejam bem, pois quando estou meio pra baixo, e eu sempre estou meio pra baixo, a felicidade alheia me incomoda bastante. De um modo geral, quando estou assim, qualquer esboço de felicidade me atingi diretamente. Talvez porque a felicidade dos outros de alguma forma acaba ferindo meu ego.

Não sei quanto a vocês, mas quando eu estou triste, a felicidade dos outros é como um funk no ultimo volume pra mim. Parece que só o fato das pessoas não serem afetadas diretamente pelo meu estado de espírito, isso acaba me deixando com uma sensação de insignificância. A sensação de que o mundo e as pessoas que nele vivem funcionassem perfeitamente, não importando se estou triste, feliz, vivo ou morto. Nossa vida, na maioria dos casos, gira em torno de um ínfimo universo, onde apenas um pequeno punhado de pessoas estão solidarias a nossa situação. Essa efemeridade humana, ao mesmo tempo em que me entristece me fascina.

Confesso que quando estou triste as mesmas coisas que costumam me deixar feliz, me deixam mais triste ainda. Sendo assim, imagino que para que as coisas que me deixam feliz não me deixem triste, devo me concentrar nas coisas que me deixam triste, para que eu fique feliz com minha tristeza...

Compreende?

Não?! Pois deveria, rum!

Um exemplo de coisa que costuma me deixar mais triste quando estou triste: é quando eu estou voltando da faculdade e encontro casais namorando nas praças, ruas, vielas, carros, panelas de pressão, redes de alta voltagem. Enfim, nem consigo descrever a raiva que tenho dessas pessoas sem senso de privacidade que me obrigam a ter que ver e invejar uma realidade que atualmente não é a minha. Minha vontade e chegar e perguntar se eles não desejam um quarto de motel. Onde já se viu isso? Onde é que esse mundo vai parar?

Cherss!!

Deixando todo esse sarcasmo de lado, parece que quando estamos tristes, sempre tem aquelas pessoas que estão estupidamente felizes, dizendo que a vida é bela e não há razão para ficar triste.

blá blá blá...

Poxa, tudo bem que a vida seja bela, mas ela não é apenas isso! Vai dizer isso a uma criança subnutrida na Nigéria ou a um desabrigado morrendo de frio nas ruas São Paulo. A vida não é bela para todos. Ela não é bela todo o tempo. E digo mais, para que vida seja apenas bela para alguém, esse alguém tem que sofrer de sérios transtornos mentais.

Geralmente o tipo de pessoa que diz isso, define a vida da maneira mais simplória possível. Talvez porque nunca para pra pensar seriamente sobre ela. Fico imaginado se essas pessoas seriam assim, se as indagações existenciais dessas fossem algo além de: “Há! Mais com que roupa eu vou sair hoje?" Ou “Será que aquela menina que ficar comigo véi!?” Ou ainda, “Eitá menina! Viu o final da novela?“.

De algum jeito que eu não sei bem qual é, existem pessoas que, aparentemente, não se importam com nada além do que foi descrito. Juro que eu queria ser assim: desapegado e despreocupado, mas simplesmente não consigo. Sempre estou preocupado com algo muito além de mim. Sempre me aborreço com questões do passado, do presente, até o futuro me aborrece. Sempre me aborreço com a capacidade das pessoas serem estúpidas, preconceituosas e hipócritas. E nosso mundo está cheio de pessoas assim. Talvez por isso eu esteja sempre aborrecido.

Falando assim parece que tudo me aborrece, mas isso não é 100% verdade. (risada sádica)

Poxa, mas falando sério, parece que quanto mais "desligada" é a pessoa, de alguma forma, mas feliz ela é. Será que esse tipo de felicidade vale à pena? Imagino que é impossível existir uma pessoa totalmente desapegada de preocupações. Todos nós nos preocupamos com algo. No entanto, percebo que a maioria das pessoas não se preocupam com quase nada além de si mesmas.

Aí você me diz: “Mas como assim? Me explica essa história direito porra!”

Calma, calma eu vou explicar. Mas primeiro abaixa essa arma... Isso, isso, com cuidado... Pronto, agora me deixe continuar...

Coff, coff.

Bem, de maneira simples, percebo que maior parte de nós não enxerga o mundo de maneira universal. A maioria de nós não pensa no conjunto, se foca apenas em si, em seu ego, naquilo que lhe é conveniente. Como se o mundo girasse apenas em torno si, e nada além de sua felicidade individual importasse. Percebo que esse tipo felicidade muitas vezes requer que ignoremos as coisas ruins que estão acontecendo a nossa volta. Essa felicidade requer que fechemos os olhos para com as coisas “feias” do mundo.

Porque perder tempo se preocupando com algo que eu não posso mudar? Pois é, mas eu perco. O fato de eu não conseguir fazer algo para mudar uma realidade que está além de mim, não significa que eu não possa me importar com ela.

Em um mundo onde 1% da população controla 40% da riqueza do planeta. Em um mundo onde 34 mil crianças morrem diariamente de fome e doenças evitáveis; e onde 50% das pessoas vivem com menos de 2 reais por dia, uma coisa fica bastante clara: algo-está-muito-errado.

Eu tenho me importado com muitas coisas em minha vida, e a maior parte delas está além de mim. Além de qualquer um eu diria. Mesmo assim, meu idealismo (que muitas vezes me distancia das pessoas) me fez querer mudar certas coisas nesse mundo, e de fato, eu sempre estou querendo mudar algo.

Gostaria de mudar, por exemplo, nosso sistema político alienador. Sobre tudo nas pequenas cidades, onde uma boa gestão política é medida pela qualidade das festas que foram organizadas durante o ano. Gostaria de mudar a negligência a respeito da educação, onde as coisas parecem funcionar semelhantes à era passada. Onde a ignorância causada pela defasagem educacional, apenas contribui para perpetuação de uma hierarquia de: "dominador x dominado." Gostaria de mudar a política do pão e circo, que insiste em ser a mais eficiente desde que inventaram a política. Gostaria de mudar as pessoas que são cegas e omissas quanto a isso tudo. Gostaria de mudar a maneira com a qual veneramos a TV, como se ela fosse à porta voz da razão. Ela é sim uma porta voz, mas da alienação e dos interesses da corporocracia, que aplicam o consumismo institucionalizado. Me preocupo muito com essas e com tantas outras questões. E me preocupo mais quando sei, que a absoluta maioria das pessoas não estão nem aí pra isso.

Tem sido muito mais importante por exemplo, acompanhar o capitulo da novela, saber quem vai ficar com quem em malhação ou ainda, quem será o próximo líder do BBB.

Isso tudo faz com que eu fique sempre distraído. Faz com que eu me sinta deslocado. Como se eu estivesse vivendo numa era atrasada. Como se toda evolução tecnológica conquistada até aqui, não passasse de uma desculpa para justificarmos que a humanidade evoluiu em algum aspecto. Vejo que o homem não mudou muito desde seu surgimento. Ele ainda continua sendo, primitivo, hostil, competitivo, brutal, acumulador e constituiu uma sociedade baseada nesses termos. Quanto menos você se importar com isso tudo: melhor será para quem governa tua vida. Quanto mais distraído você estiver: mais fácil será te manipular sem que você se der conta. Quanto mais seguro da liberdade você estiver: mas fácil será fazer com que você se torne um boneco que rir, pula, dança, escuta, acredita e não faz nada além de pensar em como ser mais patético e manipulável.

"Ninguém é mais escravo do que aquele que se julga livre sem o ser."
(Goethe , Johann)

Gostaria que as pessoas começassem a pensar nas coisas de maneira mais universal. Talvez só assim comecem a se tornar mais criticas sobre o mundo que nos cerca e as instituições corrompidas que nos governam.

Estamos vivendo numa sociedade permeada por instituições cuja absoluta maioria das pessoas desconhecem suas funcionalidades. Temos convivido com instituições políticas, legais, religiosas; Instituições de classes sociais, valores familiares e de ocupação profissional, sem que saibamos mensurar a importância destas no desenvolvimento de nossa sociedade e na formação do nosso caráter. É impossível ignorar a influencia que essas estruturas tradicionais exercem em nossa sociedade. Assim como é impossível ignorar a ingenuidade das pessoas a respeito dessas.

Existem coisas das quais não temos nos dado conta. Temos olhado o mundo de maneira simplista e não somos capazes de enxergar nada alem do óbvio. Aceitamos todas as doutrinações religiosas, políticas, sociais e econômicas como se a vida só fosse possível baseada nesses termos. Não tentamos conhecer mais profundamente nosso mundo, pois qualquer assunto que não seja o que nos agrada é constantemente visto com tédio e descaso. Simplificando: a absoluta maioria de nós não está interessada em se libertar dos charcos da alienação.

Aí você diz: “Há... Que cara mais chato. Vai morar numa cabana no meio da floresta se não gosta do mundo. Vai!”

Calma pequeno gafanhoto, calma...

Não digo que devemos ficar obcecados com isso tudo, ou que devemos sair acreditando em teorias de conspirações. Ou ainda, que devemos abrir mão do nosso estilo de vida em nome da cura do mundo. Não, não é isso que quero que aconteça. Continue assistindo novela, MTV, malhação, BBB ou seja lá o que for que você goste, mas não se esqueça de questionar. Questione tudo. Interrogue tudo que não estiver suficientemente bem esclarecido. Não se limite apenas em aceitar tudo que lhe é exposto. Vença suas superstições, seus medos, seus tabus. Vença seus preconceitos, intransigências e sua alienação. Busque a verdade por trás das coisas, pois essa vos libertará.

Devemos estar cientes de uma coisa muito importante: quanto mais nos aprofundarmos naquilo que julgamos conhecer, de onde viemos, aquilo que fazemos, começaremos a entender que estamos presos. Que estamos limitados pelas mesmas pessoas que governam sua vida e sua educação corrupta. Quanto mais você se educar, mais irá questionar e começará a compreender as origens disso tudo. Mais obvias se tornarão as coisas e mais fácil será enxergar todas as mentiras que nos tem sido apresentadas como verdades inquestionáveis.

Enfim, por hora é isso. Agradeço a quem conseguiu ler até o fim.

Até um próximo texto...


Quem desejar se aprofundar nas questões expostas no texto recomendo:

Video:


(Documentário polemico proibido em vários países do mundo, inclusive no Brasil).


(Documentário Inglês, sobre a Rede Globo de televisão, que mostra como ela vem manipulando diversos aspectos políticos da sociedade brasileira).


(Documentário feito para a televisão inglesa, escrito e apresentado por Richard Dawkins, que tem como foco demonstrar a desnecessariedade das religiões, evidenciando possíveis vantagens para a humanidade advindas de sua inexistência).

Leitura:


(Excelente obra de Carl Segan um dos maiores contribuidores para a disseminação do saber científico em todos os tempos)

Online:


(Ótimo site, que exerce um trabalho extremamente sério, desmistificando vários tipos de superstições de nossa sociedade)

domingo, julho 10, 2011

Adeus...



Havia um vácuo em meu coração
Eu passei as noites de insônia apenas suspirando
E antes que eu percebesse, a manhã tinha chegado.

Desejei ouvir a sua voz
Desejei sentir o seu calor
Sentimentos por você começam a aparecer
Minhas lágrimas transbordam.

Adeus, minha amada
Eu ainda não posso esquecê-la.

Adeus, é tão triste quando tudo termina com essa única palavra.
Quando eu estava ansioso, você estava lá
Suavemente segurando minha mão
Envolvendo-me completamente.

Se eu pudesse voltar para quando nos conhecemos...

Eu pensei tantas vezes
Como aqueles dias felizes seriam dolorosos agora
Não me deixe sozinho.

Adeus, minha amada
Eu ainda não quero deixar meu amor terminar.

Adeus, se essa única palavra
Desaparecesse desse mundo


Original: Sayonara

sábado, julho 09, 2011

Quem é você? Gire a garrafa e descubra!




















Olá pessoal, tudo bem? Venho trazer mais um artigo bonitinho, quentinho e cheio de pensamentos positivos que darão um novo sentido a vida de vocês!

Mentira... Não irei fazer isso.

Bem, eu havia começado este artigo (que já estava a um bom tempo parado) fazendo referencia ao meu ultimo texto, que agora já não existe mais. Isso se deve ao fato de que o mesmo estava um tanto quanto que pessoal de mais, por isso resolvi exclui-ló. Bem, para quem não o leu, se tratava de um desabafo relacionado a um desafeto amoroso, que agora já se encontra superado. Portanto o texto que serviu como uma "descarga" já não tem mais utilidade. De certa forma, até penso que me precipitei ao posta-lo.

Mas tudo bem, o importante é que agora está tudo muito bem e estou vendo elefantes verdes voadores que flutuam deixando rastros de arco-íres.

Pensando bem, elefantes voadores não são uma boa idéia... cherss!!

Mas falando honestamente, o mês passado foi um dos mais difíceis da minha vida. Não apenas devido ao problema que já foi citado, mas também pelo fato de que tentei me propor certas mudanças. Mudanças estas, que eu sábia que não iam ao encontro do meu caráter. Mas mesmo assim, comecei a refletir a respeito da minha postura diante do mundo, imaginando se esta, me tornaria uma pessoa infeliz.

Diferentemente de algumas semanas atrás, onde muitas duvidas pairavam sobre minha cabeça, agora me vejo em um bom momento. Um momento onde sei que devo me aceitar como aquilo que sou, mesmo que isso eventualmente implique na desaprovação de uma grande maioria.

Agora sei que devo manter meus olhos fixos no futuro, nas coisas boas. Naquilo que me oferece alguma expectativa. E no momento, meus sonhos, meus amigos e minha carreira tem sido meu norte. Principalmente meus amigos, pessoas as quais devo muita gratidão, não só por me apoiarem quanto aos meus desafetos amorosos, mas sobre tudo, pelo fato de me compreenderem e não me julgarem quando revelo minhas imperfeições. Esses amigos estão se mostrando verdadeiramente complacentes e invariavelmente fieis. Obrigado amigos...

Deixando todo este melodrama de lado, esses dias eu estava no meu quarto em mais uma das minhas sessões de meditação forçada, ou seja, sem nada de muito interessante pra fazer. Foi quando comecei a lembrar de algumas coisas que me ocorrem recentemente. Comecei a refletir sobre o quanto podemos nos enganar ao nosso respeito. Comecei a imaginar em que medida omitimos nossos defeitos na tentativa colorir nossas vidas, tentando fazer com que esta pareça mais bonita.

Comecei a imaginar se existe alguém além de nós mesmos que conhece tão bem nossas imperfeições. Aquelas que escondemos no fundo da nossa consciência. Que às vezes até nos deixam constrangidos. Fico imaginando o quão estranho seria um mundo onde as pessoas fossem completamente honestas a respeito de suas imperfeições. Um mundo onde tudo que fosse pensado fosse dito. Onde não existissem as velhas normas de bajulação e solidariedade forçada. Um mundo onde as pessoas realmente fossem e não parecessem. Esse mundo obviamente seria extremamente diferente do nosso. Não posso dizer ao certo se para melhor ou pior, no entanto, imagino que um pouco mais de honestidade a respeito de nossa falibilidade cairia bem na grande maioria dos casos.

Para ilustrar melhor essa questão, irei expor uma situação que me ocorreu recentemente que me motivou a escrever este artigo.

Faz umas semanas que estou de férias da faculdade, no ultimo dia de aula alguns amigos e eu resolvemos fazer um churrasco em minha república, algo para marcar o fim das aulas. Em meio a taças de vinho e espetinhos de churrasco, achamos que séria uma boa idéia fazer aquele velho e ultrapassado jogo da verdade. Então usamos uma garrafa para servir como ponteiro e logo, todos sobre o efeito do vinho, estavam animados para brincar. O primeiro giro da garrafa me condenou a falar uma verdade e a pergunta que me fizeram eu não fazia questão alguma de responder, pois me remetia ao meu ultimo relacionamento, assunto que eu fazia questão de não comentar.

Então a pergunta foi:

“Se sua ex-namorada quisesse voltar com você agora, o que você faria?”

Diante desta pergunta, naquele momento, pensei em responder algo que me fizesse parecer um cara “forte”, maduro, seguro de si e que se valoriza acima de tudo. Talvez, para que as pessoas não me achassem ridículo por ainda cultivar sentimentos por alguém que provavelmente não os merecia. No entanto, eu fiz o que sempre faço, fui sincero e direto...

Não darei detalhes a respeito da resposta para não ferir nem expor ninguém, mas a resposta se deu em um sentido de que, mesmo eu estando muito magoado por tudo que havia acontecido eu a aceitaria sem pensar duas vezes.

Simplificando assim parece meio bobo, mas acreditem, foi bem complexo!

Entre um giro e outro da garrafa, eu percebia que eu era um dos poucos a falar a verdade sem medo de ser julgado. Acredito que as pessoas devem preservar sua privacidade, mas de certa forma o que me incomodava era a forma com que essas pessoas canonizavam suas respostas na tentativa de parecerem mais dignas e menos imperfeitas. Nessas horas, ninguém têm preconceitos ou intransigências, todos querem parecer seres virtuosos e indefectíveis. Afinal, nenhum jovem adulto se masturba ou pensa em “coisas feias” não é mesmo? Sem querer levar assunto nesse sentido é claro.

Foi assim, observando o comportamento das pessoas durante esse jogo, que me ocorreu esse tema. Que tenho certeza que é comum a quase todo mundo.

NÃO ADMITIMOS NOSSA FALIBILIDADE! Tentamos parecer sempre perfeitos e a mentira é nossa maior aliada neste sentido!

Aposto que você lembra daquela vez que você tentou consolar alguém que você na verdade não estava solidário ao seu problema, você apenas tentou parecer sensível e prestativo. Ou pode lembrar daquele amigo que veio todo empolgado para sua casa e você estava tão cansado que fingiu estar dormindo. Aposto ainda, que você se lembra daquela vez que você se segurou para não rir enquanto alguém chorava.

Acho que você lembrou de alguém bem especifico agora, não é mesmo? Tenho certeza que cada um de nós já passou por alguma situação parecida, seja como vitima ou protagonista.

Estes são apenas exemplos simples, existe muita coisa pior por aí. Coisas que encobrimos, às vezes até esquecemos para que possamos dizer que somos boas pessoas, bons amigos, irmãos, filhos etc. Queremos PARECER bons em tudo...

O QUE ME ENCOMODA A RESPEITO DISSO TUDO: é que muitas vezes não agimos como realmente somos, somos algo entre isso, e o que gostaríamos de ser. Um meio termo lamentável que nem é uma coisa nem outra. É esse o tipo de pessoa que geralmente muda constantemente tentando se adequar a padrões, a grupos e aos mais diversos tipos de estereótipos que lhe forneçam algum tipo de identidade artificializada.

Em meio a toda essa bagunça, encontramos pessoas que tentam se afirmar através da ostentação. Indivíduos que precisam de algo para lhes definir. Seja um objeto ou até mesmo outras pessoas às vezes desejamos que algo fale por nós. Cada vez mais percebo que a sociedade tem priorizado esses status. Cada vez mais tentamos parecer e nos preocupamos menos em ser. Tentamos mudar para se adequar a outras pessoas ao invés de tentar consquistá-las através do nosso caráter. Tentamos a todo custo parecermos felizes o tempo todo, para que nossa vida não pareça menos interessante aos olhos dos outros.

Você não é a roupa que você veste ou carro que você dirige. Você não é sua religião, partido político ou time de futebol. Nada disso lhe define ou diz algo ao seu respeito. Nada disso faz com que você seja uma pessoa melhor se em seu caráter você for um canalha. As pessoas escondem-se atrás de seus status, como se isso fosse uma extensão de sua personalidade. Talvez façamos isso para não termos trabalho, pois tem sido mais fácil conquistar outras pessoas através da ostentação do que de qualquer outra forma.

É isso que grande parte de nós tem feito...

Acredito piamente, que devemos buscar o máximo possível sermos honestos a respeito de quem somos e do que acreditamos. Para isso, não é necessário sermos grosseiros com as outras pessoas. Sinceridade e honestidade exige acima de tudo, educação e um bocado de respeito. É possível ter ideais diferentes, ser diferente, sem ferir os outros. Basta que para isso sejamos cuidadosos.

Eu estou convencido de que não devo ir contra aquilo que acredito, não importa o quanto isso me prejudique. Se eu sei respeitar as peculiaridades de cada pessoa, o mínimo que posso esperar é ser respeitado também. Não importa se somos religiosos, ateus, hetéro ou homossexuais, temos o direito de sermos o que acreditamos que é melhor pra nós e não devemos omitir isso por medo de não sermos aceitos ou julgados. Acreditem não vale à pena.

Não pretendo condenar-me a seguir os outros, só porque isso me deixaria numa posição mais cômoda. Não vou, por exemplo, buscar sexo em uma balada só porque sei que essa é maneira mais usual de conseguir isso. Eu não quero ser usual. Eu não quero ser prático. Eu não pretendo ser igual a todos. Prefiro ser estranho mesmo. Prefiro ser eternamente julgado de chato, antiquado, infeliz a ter que me submeter a vivenciar uma realidade prosaica, onde estar entre a maioria é sinônimo de estar bem.

“Nothing is real.
Everything is far away. Everything
is a copy of a copy of a copy”

(Jack`s, Fight club)

Bem, por hora é isso. Espero que eu não tenha soado demasiado pretensioso ou chato. Sintam-se a vontade para comentar, manifestar suas opiniões por mais incomum que elas sejam.

"I started a joke
Which started the whole world crying
But I didn't see
That the joke was on me"


(Wallflowers – I started a joke)

domingo, julho 03, 2011

Cicatrizes do tempo

O que foi o começo de tudo isso?
Quando foi que a roda do destino ou do acaso começou a girar?
Talvez seja impossível conseguir a resposta agora,
Dentro desse fluxo de tempo…


Mas, eventualmente, desde então
Nós amamos muito, também odiamos tanto,
Nós ferimos os outros e ferimos a nós mesmos…

E ainda assim, nós corremos como o vento,
Enquanto nossas risadas ecoam,
Sob o céu quase colorido…

...

Eu tenho esperado uma eternidade só por esse momento…
Só por esse momento…


Inexpressivamente buscando sem parar…
A extinção das formas de vida…

As palavras
que foram apagadas…
Os pensamentos
que foram removidos…
Os charcos das prisões
que evaporaram pouco a pouco…
Os ecos da consciência
que lentamente desfaleceram-se…


Amor para ódio…
Ódio para amor…
Por que nós nascemos?
Por que morremos?


Evolução?
A “sobrevivência dos mais aptos?”
Como permanecer naquele lugar de
injustiça mútua…
Matando indiscriminadamente…


Os “ovos” que chamamos de planetas…
E os inumeráveis “espermatozóides”
Agrupam-se todos a nossa volta
é o que chamamos de formas de vida…


Quando uma daquelas incontáveis sementes
insemina um planeta,
um novo universo nasce.


Mas até que isso aconteça,
centenas de milhões de anos passarão,
e inumeráveis formas de vida nascerão, e depois, morrerão…


Isso é o começo e o fim.
Tudo existe por um momento.
Isso é tudo que o universo pode envolver
até a próxima geração…


É isso que nos faz fantoches?
É... cada um de nós tem uma vida curta
nada além de um sacrifício em vão
Será que só as formas de vida escolhidas por alguém
podem nascer?


Não. Esse não é o caso!
Cada um de nós
tem a chance de tornar-se
o que escolhe. Somos as formas de vida
que insemina o planeta.
Sim, esse pode ser “você”…


O genes e o meio ambiente…
Cada um de nós pode experimentar fazer sua natureza.
Sob condições limitadas
Nós somos cada parte.


Cada forma de vida que se esforça
para suprir com dificuldade uma outra forma de vida
efémera
formando um vínculo sagrado
que faz a criação de um novo universo.


Se um desses elos se separam,
Não existirá futuro.


Não há algo como
uma forma de vida inútil...
Não há algo como os ‘fantoches’!


Todas as coisas
na totalidade da natureza
talvez sejam só sonhos…
sonhos da “vida”…


Tudo isso também,
talvez não seja nada mais do que
um sonho sonhado pelos planetas
antes de nascer.


Oh, mas sim…
Na verdade todos os sonhos
retornarão para Zurvan…
para o mar dos sonhos…


Mas agora, você será capaz
de viver sua vida!


Nós sozinhos não temos o poder
para curar o mundo que está machucado,
ou para resolver todos os mistérios.


E agora, bem depois…


Isso foi bom
sabemos agora, companheiro!
Obrigado por nascer


Suponho que agora seja a hora de dizer,
“vejo você depois, amigo!”
Mas…


Eu te encontrarei…
Alguma hora, algum lugar…
Estou torcendo para isso!


Em qualquer tempo que seja,
Qualquer mundo que estiver vivendo,
Eu te acharei!


Estou certo…
Eu estou certo de que te acharei!


[...]


Assim a cortina fecha em outro conto.


Uma eternidade passou…
Sonhos passageiros desfalecem em meio a distância…
Tudo é esquecido agora
Sou apenas eu em minhas memórias…
Mas tenho certeza que nos encontraremos outra vez,
Algum dia, você e eu…
Outro lugar, outro tempo.



Vamos abrir a porta para o formidável desconhecido,
Encontrar outra realidade,
E viver outro hoje…
Quando a história tiver sido contada,
A vida continua…


Até nos encontrarmos novamente,
Cuide-se, meu amigo...