quarta-feira, fevereiro 27, 2013

20 e poucos anos...

Aos vinte e poucos anos, você começa a se dar conta de que seu círculo de amigos é menor do que há alguns anos.
Se dá conta de que é cada vez mais difícil vê-los e organizar horários por diferentes questões: trabalho, estudo, namorado etc.. E cada vez desfruta mais do refrigerante ou da cervejinha que serve como desculpa para conversar um pouco. As multidões já não são ‘tão divertidas’… E às vezes até lhe incomodam.
E você estranha o bem-bom da escola, dos grupos, de socializar com as mesmas pessoas de forma constante.
Aí começa a se dar conta de que enquanto alguns eram verdadeiros amigos, outros não eram tão especiais depois de tudo. Você começa a perceber que algumas pessoas são egoístas e que, talvez, esses amigos que você acreditava serem próximos não são exatamente as melhores pessoas que conheceu e que o pessoal com quem perdeu contato são os amigos mais importantes para você.
Ri com mais vontade, mas chora com menos lágrimas e mais dor. Partem seu coração e você se pergunta como essa pessoa que amou tanto pôde lhe fazer tanto mal. Ou, talvez, a noite você se lembre e se pergunte por que não pode conhecer alguém suficientemente interessante para querer conhecê-lo melhor.
Parece que todos que você conhece já estão namorando há anos e alguns começam a se casar. Talvez você também, realmente, ame alguém, mas, simplesmente, não tem certeza se está preparado para se comprometer pelo resto da vida. Os rolês e encontros de uma noite começam a parecer baratos e ficar bêbado e agir como um idiota começa a parecer, realmente, estúpido.
Sair três vezes por final de semana lhe deixa esgotado e significa muito dinheiro para seu pequeno salário.
Olha para o seu trabalho e, talvez, não esteja nem perto do que pensava que estaria fazendo. Ou, talvez, esteja procurando algum trabalho e pensa que tem que começar de baixo e isso lhe dá um pouco de medo. Dia a dia, você trata de começar a se entender, sobre o que quer e o que não quer. Suas opiniões se tornam mais fortes.
Vê o que os outros estão fazendo e se encontra julgando um pouco mais do que o normal, porque, de repente, você tem certos laços em sua vida e adiciona coisas a sua lista do que é aceitável e do que não é. Às vezes, você se sente genial e invencível, outras… Apenas com medo e confuso. De repente, você trata de se obstinar ao passado, mas se dá conta de que o passado se distancia mais e que não há outra opção a não ser continuar avançando.
Você se preocupa com o futuro, empréstimos, dinheiro… E como construir uma vida para você. E enquanto ganhar à carreira seria grandioso, você não queria estar competindo nela. O que, talvez, você não se dê conta, é que todos que estamos lendo esse texto nos identificamos com ele. Todos nós que temos ‘vinte e poucos’ e gostaríamos de voltar aos 15-16 algumas vezes. Parece ser um lugar instável, um caminho de passagem, uma bagunça na cabeça… Mas TODOS dizem que é a melhor época de nossas vidas e não temos que deixar de aproveitá-la por causa dos nossos medos…

domingo, fevereiro 24, 2013

Justiça cósmica

O tipo de mundo em que nós queremos viver, não tem base no tipo de mundo em que nós vivemos. Se essa é sua principal objeção à visões de mundo que não incluem justiça cósmica, você não sabe do que está falando...

A vida não é justa e o desejo de justiça que você expressa é uma das bases da maioria das religiões. Todos sabemos que às vezes o bem não é premiado e o mal não é punido. Então os que esperam justiça criaram uma saída para não se atolar em depressão, e evitar de encarar a aspereza de uma realidade indiferente, seja céu e inferno, ou karma, ditando infinitas reencarnações, serve ao mesmo propósito.
 
Alguns de nós preferem encarar a realidade. Alguns percebem que não há uma boa razão para crer que o universo é nada senão indiferente à nossa existência e nossos conceitos de bem e mal. Alguns percebem que lidar com a realidade em termos reais é a única forma de realmente melhorar a situação.

A vida não é justa e é realmente confortante se você pensar sobre isso. Se a vida fosse justa, isso quer dizer que você seria merecedor das coisas ruins que acontecem com você. E aqueles que se beneficiam de más ações, seriam merecedores da mesma forma.

Perceber que não há razão para esperar justiça é o que assegura fazer coisas que imponham justiça. Perceber que o bem não é sempre recompensado é o que nos guia a premiar o bem quando o vemos. Perceber que o mal não é sempre punido é o que nos guia para trabalhar juntos como uma sociedade cooperativa, lidando com nosso problemas, coletiva e individualmente, de uma forma que encoraje mudanças reais, e que, esperamos, minimize ações prejudiciais. Perceber que a justiça não é garantida, nos permite apreciar quando isso acontece e assegurar que aconteça em uma base regular.

.
...
 

sábado, fevereiro 23, 2013

Conversas esquizofrênicas

Você sabe o que é?
As vezes você acorda sem vontade de levantar. Você pensa naquilo que ainda falta para que você possa se considerar alguém feliz. Lembra da infância, e sente que aquela era uma época de conforto, onde os problemas começavam e acabavam no mesmo dia. É... Nem sempre foi assim...
Você deveria ser feliz, e sabe disso. Mas as vezes você simplesmente sente que lhe falta algo.
As vezes é tão difícil identificar essa ausência... O que te coloca diante da espera interminável daquilo que você não sabe ao certo que é.
Você percebe que os dias passam, e que eles nem sempre tem valor. Um ano acaba cada vez mais rápido e você tem menos motivos para comemorar seu aniversário.
As vezes você pensa como alguém obstinado, daquele tipo que sabe onde quer chegar.  E acha que irá crescer aos poucos e que um dia não vai mais ter que se preocupar com dinheiro.
Ou as vezes, você deseja se tornar algo que o dinheiro não pode comprar, algo do qual possa se orgulhar um dia e que espelhe admiração de outras pessoas. 
Mas as vezes, você simplesmente pensa como seria bom ganhar na Mega-Sena e não ter que se preocupar com mais nada.  
E em meio a expectativas e realizações, você percebe que é cada vez mais difícil lidar com as pessoas sem magoá-las. Então você percebe que vem fingindo, e o que você é de verdade não serve para ninguém, ou pelo menos é assim que você pensa...
O medo te trava, a coragem te expõe de mais, então... Por que levantar da cama?