sábado, dezembro 10, 2011

Nunca transei tanto!!!




Olá!!

Antes que achem que eu "traí o movimento" e lancei por terra todos meus argumentos sobre "amor verdadeiro”, "pessoa certa" e virei um depravado ninfomaníaco, devo avisar que o titulo deste artigo não diz respeito a algo que eu tenha feito. Bem, até poderia ser usado para se referir a mim, mas com certeza, apenas como uma forma de ironizar minha atual situação sexual.
...

Fazer o que?

Para ser mais especifico, este titulo remete uma conversa que eu tive com uma colega, uma pessoa que infelizmente tive a oportunidade de acompanhar a decadência, principalmente no que se diz respeito a questões morais. Sendo assim, é sobre questões morais que irei escrever hoje.

Neste artigo, tentarei, junto com vocês, chegar a uma resolução saudável sobre os limites entre: moralidade, sexualidade e valores individuais.

Então? Vamos?!

Bem, pra começar, devo dizer que eu sempre fui um tanto quanto antiquado quanto a questões que envolvem sexualidade. Sempre torci o nariz para aqueles moderninhos que fazem de seus corpos verdadeiros parques de diversões. Aqueles que acham normal, por exemplo: se envolverem sexualmente com parceiros diferentes com muita frequência, principalmente, aqueles que são comprometidos e traem seus parceiros nesse processo.

Eu costumo ficar meio enjoado quando alguns dos meus amigos, aqueles mais danadinhos, me confidenciam suas historinhas de traição. Geralmente, eles fazem louvor a sua masculinidade, dizendo que fizeram isso e aquilo outro, quando suas namoradas nem imaginam o que acontece.

AVISO: Meninas não acreditem nos homens, pelo que vi até hoje, nenhum, nenhum mesmo, fala a verdade. Isso é fato!

Mas voltemos ao ponto.

Quando eu penso mais profundamente sobre moralismo sexual, eu tento chegar a um ponto onde os meus preconceitos não distorçam a “razão da questão”. Eu me pergunto se é certo julgar alguém por ter uma vida sexual agitada. Às vezes sou especialmente conservador quando analiso as mulheres, pelas quais, desenvolvi uma desconfiança mais ou menos justificável. Mas esse é outro assunto.

A questão é que: acho muito tênue a linha que divide valores individuais da intransigência. É realmente justo julgar alguém por sua conduta sexual?

Quando valores pessoais passam a cegar nossa razão, é sinal de que nossa capacidade de julgamento está de alguma forma comprometida. E é a partir daqui, que convido vocês a analisarmos esse contexto mais profundamente.

Mas antes, vamos a mais uma historinha real da vida cotidiana.

Alguns dias atrás, eu conversava com uma colega de trabalho na hora do intervalo entre as minhas aulas. Depois de algum tempo, começamos a conversar sobre viagens, eventos e coisas deste tipo. Ela acabara de voltar de um evento sobre História, que por acaso é a disciplina que eu curso na faculdade, e na qual ela é formada. Ela me dizia que a viagem foi ótima, que conheceu várias pessoas interessantes e me recomendou a fazer o mesmo. Detalhando um pouco mais suas experiências, ela começou a dizer coisas que me deixaram bastante surpreso, principalmente, porque até onde eu sabia, se tratava de uma pessoa pacata, da qual ninguém poderia esperar qualquer tipo de imprevisibilidade. Bem, resumindo, ela me disse que experimentou drogas e que teve várias relações sexuais, inclusive, com pessoas do mesmo sexo.


Bem... Vamos lá. Não é que eu ache que isso seja algo, digamos assim... Absurdo. Tirando a parte das drogas, que sou radicalmente contra, não sou contra o homossexualismo, apesar de ser hetero, mas juro que não esperava tal relato de uma pessoa, que até então, se mostrava extremamente reservada.

- Ela ainda disse coisas do tipo:
“Nunca transei tanto, era saindo de uma barraca e entrando na outra”.

- E ainda:
“Eu não teria coragem de fazer isso de novo, mas não me arrependo”.

Acho muito estranho quando alguém me diz esse tipo de coisa. Enfim, não é uma coisa legal pra se contar. Não é o tipo de coisa que devemos sair expondo com todo orgulho por aí.

Sei lá, devem haver pessoas que acham isso super normal, mas eu fico com náuseas diante deste tipo de relato.

Usei esse exemplo real, apenas para demonstrar o quanto assuntos que envolvem particularidades sexuais e conceitos sobre valores individuais - ou a ausência destes - podem nos fazer mudar de opinião a respeito alguém.

Meus valores individuais condenam comportamentos que possam ser definidos como promiscuidade. Não tem absolutamente nada a ver com o fato dela ter transado com mulheres ou homens, mas sim: com a situação, o ambiente e a quantidade.

Isso me faz pensar: até que ponto transformamos valores individuais em intransigência? Por tantos anos lutamos por liberdades, direitos de se expressar livremente; de agir conforme nossas vontades, desde que esta não atinja o bem-estar do outro. E agora nos mostramos conservadores dizendo que isto é certo e aquilo é errado. Isto pode e aquilo não.

Acredito que a postura que normalmente adotamos é algo do tipo:
“Bem não sei se isso é certo ou não, mas não quero isso pra mim”.

Pelo menos é assim que eu penso, mas ao mesmo tempo, não consigo me desfazer do nojo e do julgamento exacerbado que empreendo quando me deparo com pessoas que levam uma vida sexualmente leviana.

Admiro muito aqueles que preservam seu corpo, seu caráter, seu valores. Aqueles que primam pela qualidade em detrimento da quantidade. Mas acho que não devo julgar tanto aqueles que não são assim.

Eu imagino que com o tempo as barreiras que envolvem as questões do moralismo sexual se tornarão cada vez mais frágeis, e que, muito do que julgamos hoje, se tornará irrelevante na próxima geração.

A promiscuidade é uma definição dura quando dirigida a alguém. Que subtrai o valor de quem a recebe, mas acho cada vez mais difícil estabelecer um parâmetro do que é promiscuidade, do que torna as pessoas promiscuas. Será quantidade de relações sexuais? Atitudes sexuais especificas? Situações ou ambientes onde praticamos sexo? Enfim, enquanto isto não fica claro, tentarei não olhar tão torto para as “periguetes” da vida. Pois talvez, apenas talvez, dentro de nós não resida algo verdadeiramente mais puro do que o que julgamos aqui fora.

Eu imagino que todos nós temos nossos desejos sexuais irreveláveis. Aqueles que mantemos ocultos dentro de nossa consciência. Aqueles que preservamos para transparecermos mais “puros”. Será que somos realmente virtuosos? Ou apenas encobrimos nossos desejos para não sermos julgados pela sociedade?

Isso me leva a pensar que: querer fazer, não é tão comprometedor quanto fazer?

Será que aquelas pessoas despreocupadas, que fazem o que querem, ao invés de apenas desejarem, são menos virtuosas que nós?

Enfim, me perdoem por tantas perguntas. Irei parar de dar voltas e expor minha resolução sobre isto tudo!

Bem, pra começar, é evidente que quando o assunto é sexo, a mulher é muito mais oprimida por sua postura e atitudes do que o homem.

Ao longo da história, pode-se verificar que varias civilizações se mostraram sexualmente mais abertas do que a nossa sociedade contemporânea. Os antigos egípcios já praticavam cerimonias onde o sexo era praticado de forma natural em grandes salões com inúmeros indivíduos. Os gregos e romanos, ao que se sabe, encaravam o homossexualismo de forma muito mais natural do que encaramos hoje. E o que falar dos hindus? Eles simplesmente nos legaram o Kama sutra. Nossa sociedade, apesar de receber o estereótipo de moderninha, se revela majoritariamente conservadora, graças uma ampla influencia cristã que impõe uma doutrina rígida quanto as questões sexuais. Sendo assim, pode-se estabelecer uma relação entre a religião e a nossa postura diante do sexo.

Em muitas culturas marcadas pela forte presença da religião como agente regulador das questões morais que envolvem a sociedade, apenas a mulher é vitima de opressão quando desafia a normas acerca da sexualidade imposta por sua cultura.

Isso revela uma característica marcante sobre as religiões, todas, absolutamente todas, são machistas. E em muito, isso se deve ao patriarcalismo que regia as sociedades no processo surgimento das religiões. Logo, as normas religiosas, dentre outras finalidades, tinham o papel de assegurar o homem como figura dominante. E a mulher, era designada a submissão e a opressão da sociedade.

Uma forma bastante clara de exemplificar isto: é o livro de Gênesis, do velho testamento dobíblico, onde a estória~história de Adão e Eva, que contamos orgulhosamente para os nossos filhos é uma das formas mais severas de machismo já relatadas pela história da humanidade.

Aí você me diz:
“A cara, deixa de ser mané. Todo mundo sabe que a história de Adão e Eva é uma metáfora...”

É engraçado como tudo que é embaraçoso de se explicar na bíblia automaticamente se torna metáfora.

Então, que tal o novo testamento? O que vocês acham disso mulheres?


I Timóteo 2:11 - A mulher aprenda em silêncio, com toda a submissão.


I Timóteo 2:12 - E não permito que a mulher ensine, nem exerça autoridade de homem; esteja, porém, em silêncio."

I Coríntios 11:7 - Porque, na verdade, o homem não deve cobrir a cabeça, por ser ele imagem e glória de Deus, mas a mulher é glória do homem.

I Coríntios 11:9 - Porque também o homem não foi criado por causa da mulher, e sim a mulher, por causa do homem."


Obs: Os trechos acima foram muito bem esclarecidos por um leitor, o Adriano Alves, contudo os mantenho afim de possibilitar aos leitores sua própria análise. Recomendo que leiam os comentários e vejam o posicionamento daquele que foi citado.
Não é meu objetivo contestar a religiosidade de ninguém. Por favor, não me interpretem desta forma. Desejo apenas expor a influencia que o tradicionalismo religioso, pode, desempenhar na formação do caráter de uma sociedade. Como de nossa, onde alguns aspectos do cristianismo, como o patriarcalismo, colaborou para a formação de uma sociedade demasiadamente machista.

Bom, deu pra perceber com esses exemplos, que se você não quer ser vitima de opressão sexual, primeiro, não seja mulher.

Foda né?

Sem querer ser muito técnico - afinal não é esse o objetivo do meu blogue - é extremante difícil dissociar: orientação religiosa, da conduta sexual. A verdade é que nos ensinam a sermos certinhos desde pequenos. Aprendemos a nos resguardar e a nos tornarmos pessoas de bem. Pessoas que casam antes de transar e não andam se exibindo imoralmente por aí.

O problema é que, na maioria das vezes, essa pressão em torno do moralismo sexual é dirigido apenas as mulheres.

Essa obstinação pela pureza imposta pelas “famílias de bem”, acaba nos tornando fingidores. Nos tornamos pessoas que odeiam estar na boca do povo, mas adoramos fazer o que nos faz cair nela.

A opressão da sociedade frente às pessoas que podem ser definidas como promíscuas, possui uma natureza dúbia. De um lado, oprimimos todos que apontamos como vulgares ou promíscuos. Do outro, nos vemos em uma situação onde faríamos muito do que julgamos se não fossemos julgados.

Não quero dizer com isso, que devemos "soltar a franga" e sair comendo ou dando a todo mundo despreocupadamente. Mas sim, que devemos ponderar sobre o motivos que nos levam ao julgamento e ao preconceito, o que implica em refletir sobre: porque oprimimos aqueles nos quais em suas situações poderemos nos encontrar um dia? Sejam sábios, reconheçam suas limitações e preconceitos. Isto por si só já ajuda muito.

Bem, é isso. Obviamente não fui ao fundo da questão, mas também nem era esse o proposito, então gostaria que vocês expressassem suas opiniões, enriquecido o texto e me ajudando a articular melhor a minha visão sobre o tema. Pra isso basta apenas comentar.

Cheers!!